sábado, 17 de setembro de 2011

UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO E CIÊNCIA(S) DA RELIGIÃO

De maneira simples, apresento a seguir  uma reflexão sobre Educação e Ciência(s) da Religião.
Foi muito enriquecedor o Colóquio da  área de concentração "Fundamentos das Ciências da Religião" - PUCSP, realizado no dia 15 de setembro 2011, sob a coordenação do prof. Afonso. 
Na parte da manhã foram apresentados alguns trabalhos e propostas dos grupos de pesquisa do Programa, prosseguindo com um rico debate introdutório à temática proposta.
Na parte da tarde, a explicitação dos professores Frank, João Décio e Eduardo mobilizaram a continuidade  de uma  pertinente discussão sobre a aplicação da Ciência da Religião no diálogo com outras áreas e em especial o campo da Educação. 
No decorrer do Colóquio, percebi que  falar de Ciência da Religião Aplicada demanda "fôlego" e uma construção dialógica com várias concepções teóricas, ancoradas em pesquisas atuais e contextualizadas.
A intervenção  breve do Prof. Ênio Brito foi muito significativa no debate iniciado, na parte da manhã. Com objetividade e clareza, ele nos fez refletir que falar em Ciência da Religião Aplicada não é algo tão simples.
O prof. Frank provocou discussões para um passo a frente na Ciência da Religião "Aplicada".
O prof. João Décio apresentou um rica sistematização sobre a relação Ciência da Religião e Ensino Religioso, oportunizando um debate crítico e propiciador de novos empreendimentos a serem realizados para o avanço da temática em questão.
O prof. Eduardo provocou um diálogo crítico e dinamizador da construção do conhecimento na academia, no qual os saberes são compartilhados e contextualizados.
Penso que  a construção do conhecimento é atravessada pela mediação do professor. Na  interação educador  e educando, o saber  é representado na forma de contéudo  e se torna significativo. Parece, que a Ciência da Religião no estudo do fenômeno religioso aponta para este referencial simbólico, o qual depende de uma aprendizagem significativa.
Fiquei pensando nos escritos do Prof. José Carlos Libâneo sobre educação. 
Acredito que, nesta discussão temática,  podemos referir a uma  citação apresentada na obra Adeus professor, adeus professora?: novas exigências educacionais e profissão docente

[...] a escola precisa deixar de ser meramente uma agência transmissora de informação e   transformar-se num lugar de análises críticas e produção da informação, onde o conhecimento possibilita a atribuição de significados à informação (LIBÃNEO, 2001, P.85).

Refiro também, aqui, ao pensamento do Prof. José Manoel Pires Alves, Universidade Católica de Brasília, no seu texto O conhecimento a serviço da vida, publicado nos Cadernos da RCE, ano 2008:


Para compreender o que se passa no mundo, o homem (educador e educando) precisa deixar de pensar de forma compartimentalizada. O homem não pode se tornar solidário sem compreender o contexto. É necessário conhecer o mundo em que vive. O próprio conhecimento crítico nasce da crítica e deve ser criticado. Sem o conhecimento social crítico não há solidariedade... ( ALVES, 2008, p.73).

Na minha visão, o Colóquio da Área de Concentração "Fundamentos das Ciências da Religião" atingiu o seu objetivo primordial para a discussão temática da aplicabilidade da Ciência da Religião.
O desafio está aí! Precisamos avançar nas pesquisas teóricas e empíricas para uma epistemologia sólida e uma intervenção dialógica com as outras áreas do conhecimento.
Vamos juntos ampliando a discussão e aprendendo, pois como dizia Paulo Freire "somos eternos aprendizes".
Um abraço de aprendiz,
Eliane

2 comentários:

  1. É isso mesmo, Eliane.
    É hora de ampliar a discussão temática da aplicabilidade da Ciência da Religião.
    Mas ela não será bem-sucedida se não avançarmos também na pesquisa teórico-empírica que discuta a epistemologia da CRE e intervenções dialógicas com as demais áreas do conhecimento.
    Abraço
    Afonso Soares

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  2. Afonso
    Muito grata pelo seu comentário que reafirma esta minha reflexão inicial. Temos um caminho a percorrer e precisamos tecer um diálogo em equipes interdisciplinares...
    Vamos refletindo. Abs, Eliane

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