Maria Eliane Azevedo da Silva
O sentimento religioso
nasce e amadurece no encontro com pessoas significativas na trajetória da
existência humana. Assim, o “eu” ou “self” religioso é uma dinâmica
relacional.
A
religiosidade comporta o encontro com
outro
James
William Fowler, psicólogo e teólogo americano, estudioso do desenvolvimento da
fé na perspectiva psicológica, apresentou em sua obra clássica (1981) “Estágios
da Fé: Psicologia do Desenvolvimento Humano e Busca de Sentido” um diálogo com
teólogos, cientistas da religião e estudiosos do desenvolvimento cognitivo,
moral e psicossocial, como Jean Piaget, Lawrence Kohlberg e Erik Erikson. Vinte
anos mais tarde ampliou sua teoria, no diálogo com Daniel Stern sobre a constituição
do self e Ana Maria Rizzuto sobre a
representação das imagens de Deus.
A inovadora
contribuição de Fowler abriu espaço para estudos do desenvolvimento do “eu
religioso”. Para Edênio Valle (2007), professor de Psicologia Científica da
Religião na PUC/SP, a religiosidade
comporta um encontro com o outro (o Outro) e o modo como esse encontro é
vivenciado inscreve-se no itinerário de vida e autopercepção de cada um. Pode-se dizer que o tema é atual e motivador
para a continuidade de pesquisas e estudos de Psicologia, Educação, Ciência da
Religião e outras áreas afins.
Para Fowler, a fé ultrapassa a adesão a uma religião e
emerge das relações da pessoa desde os primeiros anos de vida. O sentimento
religioso assenta-se na matriz relacional e a fé humana é a base da fé
religiosa. O autor vê a fé como integrante da personalidade e engloba a
construção dos relacionamentos e dos propósitos e significados da vida.
Texto completo na Revista Diálogo - Editora Paulinas.
Diálogo - revista de Ensino
Religioso. Ano XVIII n. 71 –
Agosto/Setembro de 2013. Seção – Artigo
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