terça-feira, 27 de setembro de 2011

GPER comunica novas dissertações

Newsletter nº 323 - Ano 7 - 21/09/2011 - Grupo de Pesquisa Educação e Religião PUCPR - comunica em seu site:

"O Ensino Religioso tem amadurecido em todo o Brasil por dois motivos a coragem das professoras e professores que no cotidiano das salas de aula com criatividade e competência. Outro é de que pesquisadoras e pesquisadores com honestidade científica procuram compreender a questão educacional religiosa em diferentes espaços. Recentemente foram defendidas quatro dissertações que trouxeram dados para ampliar elementos que irão colaborar na formação do ensino religioso:

01. Maria Eliane Azevedo da Silva. O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA FÉ E A CONSTITUIÇÃO DO SELF NA PRIMEIRA INFÂNCIA, A PARTIR DE JAMES WILLIAM FOWLER. PUCSP: São Paulo, 2011.
Orientador: Edênio Valle

02. Débora do Nascimento Teófilo. O DESENVOLVIMENTO RELIGIOSO DOS ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI EM CURITIBA – PR. PUCPR: Curitiba, 2011.
Orientador: Sérgio Junqueira

03. Evanor Daniel de Castro. Uma Educação para altertrancender-se. A empatia como fundamento pedagógico para o Ensino Religioso. EST: São Leopoldo (RS), 2011.
Orientador: Remi Klein
Por meio dos conceitos de preocupação, responsabilidade e cuidado de si em Donald Woods Winnicott conceituou-se uma alteridade empática no ambiente pedagógico do Ensino Religioso. Colocou-se a práxis dessa alteridade como propícia para estabelecer um ambiente suficientemente bom entre os educandos e os profissionais do componente curricular do Ensino Religioso. Tal alteridade propicia um ambiente de segurança, aconchego e confiança que, por conseguinte, forja um ambiente adequado para o exercício da criatividade e da autonomia dos sujeitos. Baseado nos estudos psicanalíticos de Winnicott e de Ana-Maria Rizzuto, sinaliza-se que essa práxis reforça situações de cuidado vivenciadas na tenra infância, bem como enaltecem ou esmaecem as imagens do Transcendente que, em última análise, são reflexos das experiências de cuidado junto aos provedores paternos. Por fim propõe-se uma prática que faça jus ao que o profissional do Ensino Religioso representa na sala de aula nos conteúdos propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Religioso. Tal postura de coerência epistemológica garantiria a imaginação, a criatividade e a autonomia dos educandos, o encontro de seus limites e com os limites do outro. E à medida que o docente cria um ambiente favorável ao aprendizado por meio da preocupação, da acolhida e da empatia, o profissional do Ensino Religioso promove um resgate de momentos de descuidado existente na história do educando, permitindo que sua agressividade seja acolhida e canalizada por meio da criatividade. É destruindo o não-eu que o eu sou se manifesta. Na destruição deve haver a sobrevivência do cuidador para poder ser reconhecido como alguém oferecedor de amor. Havendo isso o sujeito passa a estar habilitado para sentir culpa diante da destruição e, por conseguinte, retribuir a quem tanto o quer bem. Essa experiência às vezes precisa ser vivida em sala de aula por quem tem histórico de carência afetiva. A “sobrevivência” do docente permite o outro aprender a cuidar de si, do outro e estabelecer os seus limites. Permite ir ao encontro do seu limite e o do outro. Quando isso acontece o outro passa a ser ponte para transcendência. Preocupar-se com o outro permite uma sociedade mais solidária e justa. Tal capacidade empática tem como consequência a transcendência a partir do outro. Por isso altertranscendência. A altertranscendência engloba o cuidado e o reconhecimento do outro, a solidariedade e a acolhida da finitude humana como pressupostos para a fraternidade. Portanto, temas existentes nas diversas culturas religiosas podem ser trabalhados em sala de aula como vislumbre de uma nova realidade social. Como lugar para imaginar e ser diferente. Em suma, a altertranscendência permite a autonomia dos sujeitos por meio do outro, por meio da capacidade de se responsabilizar.
Palavras-chave: empatia, confiança, altertranscendência, autonomia.

04. Adélio Ferreira Alves. Ensino religioso. Abordagens, convergências e divergências entre as escolas “Madre Paula” e “ Adão de Fátima Pereira” em Belo Horizonte e Sabará. Belo Horizonte: PUCMinas, 2011.
Orientador: Mauro Passos
Esta dissertação realizou uma pesquisa em duas escolas de Ensino Fundamental II, tendo como objeto de estudo a disciplina Ensino Religioso. O objetivo foi comparar as formas de transmissão e recepção do Ensino Religioso numa escola pública e noutra confessional, repensando os objetos de estudo dessa disciplina, bem como identificar as fronteiras que dividem a formação das “identidades religiosas”, analisando abordagens, convergências e divergências entre elas. O primeiro recurso metodológico utilizado foi a pesquisa ou revisão bibliográfica acerca de estudos sobre a Educação Religiosa confessional e não-confessional, tendo como finalidade dialogar com outros pesquisadores. As investigações se valeram também de alguns documentos de fonte primária, elaborados pela escola pública Adão de Fátima Pereira, em Sabará e pela escola confessional católica, Madre Paula, situada em Belo Horizonte. Outro método utilizado foi a observação direta e a metodologia da História Oral, seguida de questionários estruturados, respondidos por alunos e professoras de Ensino Religioso, buscando compreender a identidade religiosa herdada, que cada um (aluno e professor) traz consigo de seu ambiente familiar, religioso e social. A pesquisa é uma investigação qualitativa, embora utilizemos recursos da investigação quantitativa. Os resultados demonstram que as duas escolas analisadas, vêm ministrando um Ensino Religioso bem parecido, utilizam as mesmas metodologias, estudam os mesmos conteúdos, mesmos livros didáticos e os rituais acabam por privilegiar o cristianismo abordando, de forma tímida, outras crenças. Os resultados demonstram como ponto positivo, uma melhor qualificação das professoras entrevistadas, bem como o surgimento de vários programas de Mestrado e Doutorado em Ciências da Religião, o aumento do número de seminários e congressos, entre outros que discutem a Educação Religiosa escolar. Percebemos os grandes avanços pós “emenda do Padre Roque”, pois hoje há o entendimento de que a dimensão religiosa faz parte do ser humano, dessa forma a disciplina Ensino Religioso deve estar intrinsecamente vinculada ao processo de educação e formação do sujeito integral.
Palavras-chave: Ensino Religioso. Educação. Confessional. Não-confessional
Fonte: http://www.gper.com.br/newsletter.php?id=233

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